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Channel: Sem fronteiras para o Sagrado
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CONFIANÇA NA INTUIÇÂO

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No budismo Tibetano, há um provérbio que diz: " entre  duas  testemunhas, confie na mais importante". Isto significa que, quando se deparar com dois pontos de  vistas, você deve confiar sobretudo em sua intuição e na Verdade Interior. Para compreender nosso lugar numa determinada situação, temos  de  ser capazes  de confiar em nossa sabedoria interior, e em nossa intuição.  E daí,  devemos  agir  de acordo  com  a  própria verdade interior.


Namaste!
Norma Lúcia Villares Barral
01.04.2014

A DOR É UMA ILUSÃO!?

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Um mestre Zen chinês, explicava sobre a dor, ensinando a seus discípulos que no atual estágio evolucionário da humanidade, ela permeia a vida, tanto a dor física pessoal, mental, emocional, espiritual, como a coletiva e, que se intensifica antes da sua inevitável extinção.

Então um discípulo diz: - A dor é uma ilusão, não é nada, é simplesmente um drama.

O mestre que era um homem grande e muito forte, fechou a mão e com bastante força deu um cascudo no discípulo.
O discípulo deu um grito forte de dor: - Aiiiiiiiiiiiiiiiiii ... Doeu... Doeu... Doeu...

Em seu canto, silenciou e foi meditar.
___________________________________  x __________________________________

Este conto Zen, ensina reflexionar sobre a dor do outro. Somente quem passa pelo sofrimento, quem sente a dor pode saber a intensidade a dor... Racionalmente todos sabem, isto não é nada. Mas, a mente, o corpo, as emoções tem memórias arquetípicas e acessam outras dores de um passado longínquo.

Jean Yves Leloup dizia: Ao tocar um corpo lembre-se que neste casulo guarda as memórias de todas dores da alma.

Por isso, se desconhecemos as ancestrais memórias das dores alheias, não devemos vilipendiar de sua dor. E, muitas vezes, um cascudo bem forte, daqueles que desnorteia a cabeça, ensina o que é a dor aos insensíveis.

E Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha, diz muito bem, em sua canção:

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor...

Assim é a vida, assim é a vida...
Cada qual no seu quadrado, cada qual entendendo sua própria dor, e que se intensifica até a sua extinção... O tempo é de cada um individualmente.
Venha lá Sr. Tempo...
Ainda não chegou o Sr. tempo...
O tempo já chegou...
Assim é a vida...

Norma Lúcia Villares

30.03.2014

QUANDO ALICE...

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" Quando Alice estava tomando chá com o Chapeleiro Louco, ela notou que não havia geléia. Pediu, então geléia, e ele disse:”A geléia é servida dia sim, dia não. ”Alice reclamou: ”Mas ontem também não havia geléia!” ‘Isso mesmo’ respondeu o Chapeleiro Louco. ’A regra é esta: geléia sempre ontem e geléia amanhã, nunca geléia hoje…porque hoje não é ontem nem amanhã.

E é assim que você está vivendo: geléia ontem, geléia amanhã, nunca geléia hoje. E é aí que está a geléia! Assim você imagina; você vive em um estado dopado, sonolento. Você esqueceu completamente que este momento é o único momento real. E, se quiser algum contato com a realidade, acorde aqui e agora! "
(Livro “O homem que amava as gaivotas – Osho)

"O homem que amava as gaivotas',  (história que dá o título ao livro). São dez histórias que apresentam alguns dos ensinamentos difundidos por Osho ao longo de sua vida.  Através de uma história ou de uma parábola, Osho trata de assuntos como amor, crença, liberdade, confiança, inocência, conhecimento, vida e morte. Os capítulos são recheados de bom humor em "estorietas" que levam à reflexão, propondo, ao mesmo tempo, uma visão mais criativa do mundo e da própria vida. 
 
Neste livro "O homem que amava as gaivotas", há  um capítulo particular no qual Osho fala sobre o ser humano e sua busca constante da felicidade. Ele mostra que não é preciso persegui-la, pois ela é dada a todos naturalmente. O que se faz necessário é viver o momento presente, deixando-se guiar pela percepção. Assim cada um descobre, por si só, sem mestres ou instituições, o seu próprio caminho.
 
Em "O homem que amava as gaivotas" Osho apresenta ferramentas práticas que podem levar cada um à realização pessoal no dia-a-dia.

Saúde e longevidade.
Namaste!
Norma 

OS PARADOXOS DA SABEDORIA SUPREMA

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A Luz no Caminho


 
Carlos Cardoso Aveline
  
É no mínimo misterioso o texto do pequeno livro “Luz no Caminho”, o clássico da filosofia esotérica oriental que foi publicado pela primeira vez no Ocidente durante o século 19.  
A obra tem poucas páginas e só pode ser compreendida com o uso da intuição, porque aponta para uma sabedoria que está além das palavras.
Seu texto, parcialmente ditado a Mabel Collins por um instrutor de filosofia esotérica, foi publicado em Londres em 1885, mas é anterior  a aquele momento. A estrutura central da obra é usada há muitos séculos pelas escolas esotéricas  orientais. Sua  divulgação na Europa foi parte do esforço teosófico por aproximar as tradições espirituais do oriente e do ocidente, preparando e antecipando o trabalho espiritual dos séculos 20 e 21. 
O ensinamento também foi em boa parte distorcido pela própria Mabel Collins, conforme o alerta feito por Helena Blavatsky. Os erros da obra estão assinalados pela primeira vez desde 1885 na edição luso-brasileira de 2014. Esta é a primeira edição, em qualquer idioma, a fazer isso.

As Palavras e o Silêncio

Todo bom livro das tradições místicas parece colocar-nos diante de algumas perguntas básicas:
1) Qual é a importância das palavras na evolução espiritual? 
2) Até que ponto elas são indispensáveis?  
3) Será que o homem surgiu com a linguagem verbal e estará sempre preso a ela?
Para a teosofia, a humanidade surgiu há longas eras em níveis de consciência superiores aos que conhecemos. A vida e o planeta eram quase imateriais, do ponto de vista do ser humano de hoje. Na época, a comunhão entre as almas era tão imediata que não havia necessidade de  linguagem verbal. Bastava a percepção direta. A linguagem falada apareceu mais tarde, inicialmente através de monossílabos que visavam dar apoio à  comunicação intuitiva.
Pouco a pouco, à medida que nossa mente se tornava afiada e que perdíamos a percepção espiritual das coisas, surgiu uma linguagem mais complexa. Ganhávamos a lógica dos detalhes em troca da intuição perdida. Hoje temos uma  linguagem dependente das palavras, e ela  frequentemente se divorcia do mundo espiritual, negando e ocultando a verdade interior.
A sabedoria oriental ensina que um dia  nós voltaremos a aquele  estado inicial de comunhão interior que tornava as palavras desnecessárias. Mesmo na atualidade há momentos em que alcançamos o nível intuitivo de consciência, enxergando as coisas com o coração e não só através do cérebro. O pequeno livro “Luz no Caminho” é um instrumento para o despertar desta  percepção.

O Mistério dos Paradoxos

Filosoficamente, um paradoxo é uma afirmação que parece dizer duas coisas diferentes ao mesmo tempo, e requer um salto de consciência para ser compreendida por completo, porque não vê um lado só da verdade.  “Luz no Caminho” [1] tem um estilo paradoxal, e fala mais à alma que à consciência física. Contém palavras, mas está livre delas. Leva o leitor a um plano da realidade em que a compreensão está  além da linguagem verbal e transcende as suas limitações. A obra fala aos dois hemisférios do cérebro humano, o lógico e o intuitivo. Dá conselhos aparentemente contraditórios, mas isto se deve ao fato de que a natureza do ser humano é, realmente, dual.
Vejamos as duas primeiras regras não-numeradas do livro:
“Antes que os olhos possam ver, eles devem ser incapazes de lágrimas. Antes que o ouvido possa ouvir, ele deve ter perdido sua sensibilidade.” (p. 19)
As lágrimas significam as lamentações pessoais e a piedade de si mesmo. O aprendiz que é  incapaz desta emoção pode  ver a realidade com clareza imparcial.  A sensibilidade egocêntrica com que  normalmente percebemos a vida deve ser abandonada. Só depois disso pode surgir a percepção superior, impessoal.
O texto prossegue:
“Antes que a voz possa falar na presença dos Mestres, ela deve haver perdido o poder de ferir. Antes que a alma possa erguer-se na presença dos Mestres, os seus pés devem ser lavados com o sangue do coração.” (p.19)
A ideia de Mestres simboliza o mundo divino dentro de nós. O estudante deve avançar no caminho através do sacrifício da sua natureza pessoal. O sangramento das nossas paixões e sofrimentos pessoais (coração) deve purificar os pés, que são a nossa base e o nosso contato com a Terra e o mundo material. Assim  nossa vida será coerente e  poderemos perceber a presença do mundo divino. Porém, o estudante não necessita buscar  sofrimento. O próprio ato de viver é perigoso, e o sofrimento vem naturalmente para todo ser vivo. O que o estudante do caminho espiritual faz é apenas colocar seus sofrimentos pessoais dentro do contexto maior da busca da verdade, reconhecendo que toda vida é uma grande lição, e aceitando tudo com a humildade do aprendiz. Então a purificação ocorre.  E a  pureza surge com força quando desistimos unilateralmente  de agredir outros seres, seja física, emocional ou mentalmente. Temos o direito de proteger-nos, dentro dos limites da ética, mas passamos a ser basicamente inofensivos.
A tradição mística diz que as almas humanas saíram um dia do mundo divino e deverão voltar a ele,mais tarde, enriquecidas  pelas experiências que acumularam no mundo externo.   
“Luz no Caminho” é  uma ferramenta de trabalho para os que decidem acelerar conscientemente a volta para a  casa divina. Em poucas palavras, sempre paradoxais, as regras de “Luz no Caminho” recomendam aos discípulos:
“Mata a ambição. Mata o desejo de viver. Mata o desejo de conforto. Trabalha como aqueles que são ambiciosos. Respeita a vida como aqueles que a desejam. Deves ser feliz como aqueles que vivem em função da felicidade.” (pp. 19-20)
A ambição pessoal cega o estudante. Já o medo do desconhecido pode transformá-lo em um medroso incapaz de abrir caminhos, aceitar riscos  ou assumir responsabilidades.  O desejo de conforto o leva a uma preguiça paralisante.

Desenvolvendo o Poder do Altruísmo

O aprendiz deve  estar decidido a buscar o impossível. Cabe a ele esforçar-se com a intensidade de um egoísta, enquanto abandona a busca de comodidade e abre mão do que é seu. 
Afirma-se que em geral os egoístas têm vontade forte e buscam com todas as forças materializar suas ilusões, enquanto os seres espirituais parecem não ter motivação alguma e ficam  parados, como se não tivessem nada para fazer ou como se não tivessem vontade de fazer coisa alguma. Talvez seja por isso que o mundo enfrenta tantos desafios. Os cidadãos altruístas devem ser ativos, para que o mundo melhore com rapidez. 
Como podem eles obter uma motivação para as coisas espirituais?
O que move uma pessoa são seus desejos e emoções.  Diga-me o que você deseja, e eu lhe direi quem você é. Quando purificamos nossas intenções, alcançamos a felicidade interior. Mas cabe examinar quem está disposto a trocar seus desejos egoístas por outros, melhores e mais puros.  “Luz no Caminho” aconselha:
“Deseja apenas aquilo que está dentro de ti. Deseja apenas aquilo que está além de ti.” (p. 22)
A sabedoria está dentro de nós,  e também além de nós. Nossas personalidades são apenas noções superficiais de um “eu” separado. Quando olhamos profundamente para nós próprios vemos que não somos “alguém”. Apenas somos. Ser “alguém” na vida  é fazer o papel de  um personagem construído socialmente. Em compensação, o  zen-budismo costuma perguntar a seus aprendizes, para que meditem:
“Qual era teu nome, e qual era teu rosto, duzentos anos antes de nasceres?”  
Se olharmos para a essência dentro de nós, esqueceremos nosso pequeno mundo pessoal. Ao olharmos para fora deste pequeno mundo psicológico,  também esqueceremos o “eu” que tem o hábito de ver a si mesmo como o único centro do universo. Mas é preciso desejar o que está além de nós próprios.
O texto de “Luz no Caminho” prossegue:
“Deseja apenas aquilo que é inalcançável. Porque dentro de ti está a luz do mundo - a única luz que pode iluminar o Caminho. Se fores incapaz de percebê-la dentro de ti, será inútil procurar fora. Ela está além de ti; porque quando a tocares terás perdido a ti mesmo. Ela é inalcançável, porque sempre recua. Tu entrarás na luz, mas nunca tocarás a chama.” (pp. 22-23)
A sabedoria está “além de nós” porque só podemos alcançá-la deixando de lado o pequeno eu pessoal e ativando o hemisfério cerebral direito, sede da intuição superior. Como ensinou São Francisco de Assis, é morrendo que se nasce para a vida eterna. É deixando de existir  para o hemisfério cerebral esquerdo, lógico, linear e quase sempre prisioneiro do egocentrismo, que nascemos para a consciência do hemisfério cerebral direito, que é intuitiva, criativa, capaz de perceber simultaneamente cada  instante e a eternidade inteira. Entraremos na luz, mas nunca tocaremos a Chama, porque ela é de uma dimensão  superior à humana.
Mata todo sentido de separação”, diz um dos preceitos. E o instrutor que ditou a parte central da obra explica em seguida:
Não penses que podes permanecer afastado do homem maldoso ou do tolo. Eles são tu mesmo, embora em uma proporção menor que o teu amigo ou teu mestre. Mas se deixares que cresça em ti a ideia de separação em relação a qualquer coisa ou pessoa má, ao fazer isso criarás um Carma que te amarrará a aquela coisa ou pessoa até que a tua alma reconheça que não pode ficar isolada. (p. 21)
Aqui, mais um paradoxo. Ficamos presos a tudo aquilo que rejeitamos. Só podemos libertar-nos de algo mau quando deixamos de temê-lo. A energia do  rancor nos prende àquilo de que queremos afastar-nos. A rejeição é uma forma de apego.
O texto também ensina que todas as pessoas e situações que enfrentamos são sempre espelhos de nós próprios, mesmo que secundários e distorcidos:
“Lembra que o pecado e a vergonha do mundo são o teu pecado e a tua vergonha; porque tu és parte do mundo; o teu Carma está inevitavelmente ligado ao grande Carma.” (p. 21)
O carma individual é parte do carma coletivo. Assim, o caminho espiritual só pode ser trilhado em solidariedade com os outros seres. Isto não significa que não devemos ser ambiciosos. O livro ensina:
“Deseja o poder ardentemente. Deseja fervorosamente a paz. Deseja posses, acima de tudo. Mas estas posses devem pertencer apenas à alma pura. Devem ser propriedade, portanto, de todas as almas puras (…). Deves ansiar pelas posses que podem ser obtidas por uma alma pura, de modo que possas acumular riquezas para aquele espírito unificado da vida que é o teu único verdadeiro eu. A paz que deves desejar é aquela paz sagrada que nada pode perturbar, e na qual a alma cresce como cresce a flor sagrada nas lagoas de águas imóveis. E o poder que o discípulo deve desejar é o poder que o fará parecer nada aos olhos dos homens.” (p. 23)
O poder que nos faz parecer nada aos olhos dos outros é a força da alma.  
A paz interior não é alterada pela maré perpétua das emoções que sobem e descem, seguindo alegrias e tristezas de curto prazo. O caminho espiritual é uma trilha estreita que se abre entre duas expectativas igualmente ilusórias: a esperança do prazer, de um lado, e o medo da dor, de outro. Estes  dois extremos geram dependência emocional e sofrimento psicológico.
Um dos preceitos mais inspiradores do livro recomenda: 
“Aprende a olhar inteligentemente os corações dos homens. Desde um ponto de vista absolutamente impessoal, pois caso contrário a tua visão estará distorcida.” (p. 34)
                                                                                                  
O indivíduo desatento olha os outros mas não os vê. Apenas projeta seus próprios conteúdos mentais e emocionais sobre eles, porque está preocupado exclusivamente com os seus interesses pessoais. Olhar inteligentemente as pessoas significa muitas coisas. Uma delas é  respeitar o outro pelo que ele é, e não pelo que podemos ganhar dele.
Segue o texto:
“A inteligência é imparcial: ninguém é teu inimigo; ninguém é teu amigo. Todos são teus instrutores. O teu inimigo se torna um mistério que deve ser resolvido, mesmo que para isso sejam necessárias longas eras; porque o ser humano deve ser compreendido.” (p. 35)
Este preceito é recomendado em diferentes tradições.
O pensador clássico Plutarco escreveu um pequeno tratado intitulado “Como Tirar Proveito dos Seus Inimigos”. No século 20,  Carlos Castaneda escreveu sobre  a técnica do “pequeno tirano”, em que o aprendiz espiritual aproveita a existência de um inimigo (o “pequeno tirano”) para observar em si mesmo os processos do medo, do ódio, do orgulho ferido, da autoimportância, infantilidade, etc.  Os amigos quase sempre nos acostumam mal, os inimigos frequentemente nos ensinam.

O Segredo da Vitória

“Luz no Caminho” oferece uma chave-mestra para vencer os momentos difíceis, que são inevitáveis na caminhada espiritual.
São João da Cruz falou da “noite escura da alma”. O Jesus do Novo Testamento fala das tentações. No Velho Testamento, a história de Jó mostra como o bom  discípulo é entregue às forças negativas para que seja testado amplamente por elas. A tradição oriental ensina que as decisões altruístas do aprendiz são colocadas em cheque e questionadas até que ele tenha um alto grau de pureza, coerência, perseverança e bom senso.
Para cada pessoa, a todo momento,  os testes e as  “provações” serão diferentes. Nenhum estudante está livre deles.  Como, porém, podemos obter uma chave que nos permita vencê-los? “Luz no Caminho” fala do perigo e dá um conselho decisivo:  
“Quando tiveres encontrado o começo do caminho, a estrela da tua alma mostrará sua luz; e por esta luz perceberás como é grande a escuridão em que ela brilha. A mente, o coração e o cérebro permanecem escuros até que a primeira grande batalha tenha sido vencida. Não fiques assustado nem aterrorizado por esta visão; mantém os teus olhos fixos na pequena luz e ela crescerá.” (p. 26)
Na medida em que mantemos o pensamento concentrado no bem e nas coisas boas, o lado saudável da vida cresce e cada sofrimento se mostra como uma oportunidade de crescimento. Por isso o homem sábio usa seu indispensável espírito crítico para construir o que é bom. Assim ele fica livre para ajudar na construção de uma nova era de paz e solidariedade. Um  processo que ocorre sempre de dentro para fora, fluindo do nosso coração para o mundo ao redor.
NOTA:
[1]“Luz no Caminho”, de M.C., edição luso-brasileira com tradução, notas e prólogo de Carlos Cardoso Aveline, The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp.

Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
 
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

 
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MEDITANDO COM CONFÚCIO

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Terça-feira de outono; meditemos hoje com mestre Confúcio:


"Zizhang estva atrás de Kung-Fu Tsé (cujo nome, latinizado, é Confúcio) por toda a China já havia dias. O país estava prestes a vivenciar nova guerra, já não fossem a fome e miséria terem se alastrado por toda parte.

Zizhang encontrou o mestre meditando sob uma frondosa árvore e foi logo lhe interpelando:
- Como é possível, meu Senhor, estardes aí tranquilamente sentado quando há tantos precisando de vossa ajuda?

super conscientevocêconcebe-losuper consciente
Kung-Fu Tsé não se deixou tomar pela ansiedade de seu discípulo e prosseguiu em silêncio, meditando.

Zizhang não se conteve:
-- O Governo enfrenta calamidades e necessita de vossos prestimáveis conselhos, já o povo carece de vosso auxílio para enfrentar o caos social em que se encontra. Ora, não fostes vós quem nos ensinou que o homem de caráter nunca deve se omitir, posto sermos todos responsáveis pelo mundo?

-- Estou orando pelo país e por todas as pessoas necessitadas, respondeu o mestre. Saindo daqui ainda devo cumprir o prometido: auxiliarei Zung Xi na construção de um quiosque em sua escola, e devo em seguida visitar uma anciã que se encontra doente, há semanas com febre e acamada.

O rosto do discípulo fez-se atônito. Seus olhos mostravam completa incompreensão.

Kung-Fu Tsé então, completou:
-- Não é com milhares de ideias de como ajudar o mundo que podemos ser mais úteis; às vezes, agindo assim, não só não logramos ajudar os outros como nos esquecemos de fazer algo por nós mesmos. Fazendo aquilo que está ao nosso alcance, entretanto, beneficiamos não só a nós mesmos como a todos os outros, de certa maneira. Não é preciso ser parte integrante do Governo para se fazer política, nem vale despender esforços com ação social de qualquer espécie se a casa pessoal não estiver primeiramente em paz.

E Kung-Fu Tsé, fechando os olhos novamente, continuou a meditar".


Esta história milenar,  foi recontada livremente por Paulo Urban, um amigo da alma, da qual tenho maior apreço. Eu li, gostei e publiquei aqui...

Fonte:
https://www.facebook.com/home.php?sk=group_153401821372832&ref=notif&notif_t=group_activity

DESPEDIDA

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Vós não estais encerrados em vossos corpos, nem confinados em vossas casas ou campos.
O vosso ser habita sobre as montanhas e vagueia sobre o vento.
Não é uma coisa que rasteja ao Sol para se aquecer, ou escava buracos na escuridão para se proteger, mas é algo livre, um espírito que envolve a terra e se move no éter.
Se essas forem palavras vagas, nâo procurais esclarecê-las.
Vago e nebuloso é o começo de toda as coisas, mas não o seu fim.
E eu prefiro que vos lembreis de mim como de um começo.
A vida, e tudo que vive, é concebido na bruma, e não no cristal.
E quem sabe se o cristal não é a bruma em decomposição?
Ao lembrardes de mim, gostaria que lembrassem disso:
Aquilo em vós que parece mais fraco e perdido, é o mais forte e mais determinado.
Não foi vosso alento que construiu e solidificou a estrutura de vossos ossos?
E não foi o sonho que nenhum de vós lembra de ter sonhado, que construiu vossa cidade e modelado tudo o que está nela?
Pudésseis antes ver as marés dessa respiração, deixaríeis de ver tudo o mais, e pudésseis ouvir o murmúrio do sonho, deixaríeis de ouvir qualquer outro som.
Mas vós não vedes nem ouvis, e isso é bom.
O véu que tolda vossos olhos será levantado pelas mãos que o teceram.
E o barro que tapa vossos ouvidos será removido pelos dedos que o amassaram.
E então vereis.
Então ouvireis.
E todavia não lamentareis ter conhecido a cegueira, nem sentireis teres sido surdos.
Pois nesse dia conhecereis o propósito oculto de todas as coisas;
E abençoareis as trevas como abençoais a luz.


Adeus, povo de Orphalese.
Este dia já se foi.
Fecha-se sobre nós como o nenúfar sobre seu próprio amanhã.
O que foi-nos dado aqui, nós conservaremos.
E se não for o suficiente, mais e mais vezes estaremos juntos, e juntos estenderemos nossas mãos para o doador.
Não esqueçais que eu voltarei para vós.
Mais um curto momento, e minha saudade apanhará pó e espuma para outro corpo.
Mais um curto instante, um rápido momento de descanso sobre o vento, e outra mulher me conceberá.
Adeus para vós e para a juventude que vivi entre vós.
Foi apenas ontem que nos encontramos em um sonho.
Cantastes para mim em minha solidão, e eu construí, com vossa nostalgia, uma torre no céu.
Mas agora nosso sono se foi e nosso sonho desvaneceu, e já não é o alvorecer.
O pleno meio-dia está sobre nós, e nossa sonolência tornou-se dia pleno, e devemos nos separar.
Se no crepúsculo da memória nos encontrarmos novamente, de novo conversaremos, e cantareis para mim uma canção mais profunda.
E se nossas mãos se encontrarem em outro sonho, construiremos outra torre no céu.


O profeta

Gibran Khalil Gibran

Capa

O profeta é uma maravilhosa viagem espiritual através de um dos grandes clássicos do século XX. Foi escrito em inglês e traduzido em 40 idiomas. É um conjunto de meditações sobre temas universais como o amor, a morte, a família e a esperança. Gibran Khalil Gibran nasceu em 6 de dezembro de 1883, no Líbano. Aos onze anos emigrou para a América com a família. Por muitos anos ganhou a vida como pintor. Em 1923, foi publicada sua obra-prima, O profeta. Foi um sucesso imediato, e as vendas nunca caíram. Khalil morreu em 1931 de insuficiência hepática e tuberculosa incipiente, mas o autor nunca perdeu a paixão pelo Líbano, onde foi enterrado.
 
 

PÉS DILIGENTE E MÃOS LABORIOSAS

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"Caminhos pede o pé diligente; ferramentas, a mão laboriosa.”




Bom dia amigos do sagrado coração!
Eu sou andarilha nas areias desertas com um sol escaldante. E, sendo assim acabo construindo o caminho criativo de uma anacoreta artista da lida, da vida bem ou mal vivida. Quando imito a língua dos sábios,  sinto n'alma o sabor dos conhecimentos ancestrais arquetípicos.

As mãos de Jesus operam milagres nos corações que a elas se entregam com segurança. Afastam pesares, curam chagas, adormecem a dor. Levantam-nos para o trabalho e sustentam-nos na tarefa que nos cabe desenvolver. Dissipam a neblina da angústia e acendem nova luz nos horizontes de nossa fé. Multiplicam nossas forças dilatando-as no serviço a que nos afeiçoamos, a favor de nosso próprio bem. Cerram nossos lábios quando a fadiga nos sugere observações imprudentes e constituem infalível apoio para que não venhamos a cair nos despenhadeiros que se alongam nas margens do caminho que devemos trilhar.

São arrimos valiosos que nos garantem de pé e asas luminosas, transportando-nos às visões do Céu...
Procuro cada dia, as mãos do Senhor. Sem elas, não seria possível um passo à frente, na estrada da redenção, a que fomos  conduzidos pela Bondade Celestial. Com a Mestre da Verdade, sabemos que tudo perder no mundo transitório é tudo reencontrar na Vida Eterna.  Recordemos que as mãos de Jesus permanecem nas diretrizes de nossa marcha.  São duas argolas de ouro que o caminheiro deve usar, uma no pé e outra na mão. Essa simbologia tem uma representação bonita de encantamento com a trilha espiritual.

O ouro significa poder, pureza, um céu limpo, tempo bom, significando uma atmosfera mental e emocional imaculada. Também no sentido espiritual, representando o poder de Deus com plena identificação com os valores Divinos e espirituais da vida. Na medida em que der atenção às verdades eternas da vida, experimentará em todos seus caminhos essa sensação benévola de 'pé diligente' e 'mãos laboriosas'. 

O tempo passa, como tudo passa na vida. E só depois, com dizia Freud... Só depois... a ficha vai cair... E vai construir na prática o que o conhecimento proporcionou. Aí então, redescobri o caminho da desconstrução e, sigo sozinha o caminho com os pés escaldados de muitos conhecimentos dos outros.
Grande escaldo solitário!
Bendita dor!

Eu encerro com uma frase do Mestre Satya Sai Baba:

Mãos que servem são mais santas que lábios que oram.” Sai Baba




Objetivo do Espiritismo e seu tríplice aspecto

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(Capítulo do Livro "O Espiritismo ao alcance de todos")
CIÊNCIA FILOSOFIA RELIGIÃO
Na obra O Espiritismo na sua mais simples expressão Allan Kardec afirma:
O objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual.
“O verdadeiro espírita não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor para o próximo”.
No livro O Que é o Espiritismo Kardec esclarece:
"O Espiritismo funda-se na existência de um mundo invisível, formado pelos seres incorpóreos que povoam o espaço e que não são mais que as almas daqueles que viveram na Terra, ou em outros globos, nos quais deixaram seus invólucros materiais. São os seres a que chamamos Espíritos, seres que nos cercam e incessantemente exercem sobre os homens sem que estes o percebam, uma grande influência, e desempenham papel muito ativo no mundo moral e mesmo, até certo ponto, no físico”.
Ainda em O Que é o Espiritismo Kardec faz as seguintes afirmações:
"O Espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem consequências morais. que são a confirmação e a prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de cada um”.

“O Espiritismo não descobriu nem inventou os Espíritos, como não descobriu o mundo espiritual, no qual se acreditou em todos os tempos; todavia, ele o prova por fatos materiais e o apresenta em sua verdadeira luz, desembaraçando-o dos preconceitos e idéias supersticiosas, filhos da dúvida e da incredulidade”.
Em O Espiritismo na sua mais simples expressão Kardec ainda esclarece:
"'As instruções dadas pelos Espíritos de ordem elevada sobre todos os assuntos que interessam à humanidade e as respostas que deram às perguntas que lhes formulamos foram recolhidas e coordenadas cuidadosamente e constituem toda uma ciência, toda uma doutrina moral e filosófica com o nome Espiritismo. O Espiritismo é, pois, a doutrina fundada na existência, nas manifestações e no ensinamento dos Espíritos. Esta doutrina acha-se exposta de maneira completa no Livro dos Espíritos, em seu aspecto filosófico, no Livro dos Médiuns, em sua parte prática e experimental, e no Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu aspecto moral”.
Isto posto, vejamos a seguir, consoante as palavras do próprio Codificador, como se entende o tríplice aspecto do Espiritismo, ou seja, ciência, filosofia e religião.
I - Ciência
No Preâmbulo de O que é o Espiritismo, Kardec afirma que "O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal".
Na mesma obra, Kardec acrescenta:
"O Espiritismo tem por fim demonstrar e estudar a manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do Mundo Espiritual.
"... Essa crença apoia-se sobre o raciocínio e sobre os fatos. Eu próprio não a adotei senão depois de meticuloso exame, o hábito das coisas positivas, sondei, perscrutei esta nova ciência nos seus mais íntimos refolhos; busquei explicar-me tudo, porque não costumo aceitar idéia alguma sem lhe conhecer o como e o porquê".
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo logo na Introdução, item II, Kardec declara:
"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
Também, no livro A Gênese (Introdução) diz:
"Generalidade e concordância do ensino, tal é o caráter essencial da doutrina, a própria condição de sua existência; do que resulta que todo princípio que não recebeu a consagração do assentimento da generalidade não pode ser considerado parte integrante desta doutrina, mas simples opinião isolada da qual o Espiritismo não pode assumir a responsabilidade”.
No prefácio do livro O Fenômeno Espírita Gabriel Delanne afirma: "O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a demonstração experimental da existência da alma e sua imortalidade, por meio de comunicação com aqueles aos quais impropriamente têm sido chamado de mortos".
Na obra O que é a Mediunidade, de Celso Martins, consta o seguinte:
"O Espiritismo tem um aspecto científico porque estuda, à luz da razão e usando critérios científicos, com metodologia específica, os fenômenos mediúnicos, ou melhor, os fatos que colocam os homens em contato com os espíritos, ocorrências estas que nada têm de sobrenatural, porque estão dentro do contexto dos fatos naturais, nada apresentando de milagroso nem de superstições do povo crédulo e ignorante”.
Muito esclarecedor é o texto abaixo, constante de A Gênese, Cap. I - item 14, de Kardec:
"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental. Fatos de ordem nova se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis, conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, partindo dos efeitos às causas, chega à lei que os rege, depois deduz as conseqüências e busca as aplicações úteis. O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não se apresentam como hipótese nem a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; conclui-se pela existência dos Espíritos porque essa existência resultou como evidência da observação dos fatos; e assim os demais princípios. Não foram dos fatos que vieram posteriormente confirmar a teoria, mas foi a teoria que veio subsequentemente explicar e resumir os fatos. Rigorosamente exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e não o produto da imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental; mas, acreditava-se que esse método não poderia ser aplicado senão à matéria ao passo que o é igualmente às coisas metafísicas".
II - Filosofia
Diz Kardec, no Preâmbulo de O Que é o Espiritismo:
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que dimanam essas mesmas relações”.
“A Filosofia Espírita é a interpretação dos fenômenos verificados e estudados pela Ciência Espírita. Esses fenômenos revelam ao homem a estrutura do Universo, que é a seguinte, como vemos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: Deus, Espírito e Matéria. Uma vez constatada essa realidade, e descoberto o mecanismo pelo qual o Espírito se manifesta através da matéria, cessa o trabalho da ciência, para começar a da filosofia”.
J. Herculano Pires, ainda acrescenta:
" Filosofia Espírita, como disse Kardec, pertence genericamente ao que costumamos chamar Filosofia Espiritualista, porque a sua visão do Universo não se prende à Matéria, mas vai até o Espírito, que considera como causa de tudo o que percebemos no plano material. Englobando na sua interpretação cosmológica a Ciência Espírita, e tendo como conseqüência a Religião Espírita, a Filosofia Espírita encerra em si mesma toda a doutrina. É por isso que O Livro dos Espíritos, obra fundamental da doutrina, não é propriamente um livro científico ou religioso, mas um tratado filosófico”.
Em Espiritismo Básico Pedro Franco Barbosa afirma:
"O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua destinação. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das relações dos Homens, que vivem na Terra, com aqueles que já se despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases desse permanente relacionamento, e demonstra a existência, inquestionável, de algo que tudo ria e tudo comanda, inteligentemente - Deus”.
Assevera Celso Martins, em O que é a Mediunidade:
"O Espiritismo tem um aspecto filosófico porque, a partir dos fenômenos, dá uma interpretação da vida, isto é, responde àquelas perguntas que apresentamos (...) sobre o porquê da vida. De onde você veio e para onde você vai. A razão das desigualdades que observamos entre as criaturas. Trata-se de uma filosofia espiritualista porque admite, repito, com base nos fatos mediúnicos e anímicos, a existência de um princípio espiritual no Universo, além do princípio material. Equivale dizer que o Espiritismo vê no ser humano, não apenas o corpo material, de carne e osso, de vísceras e sangue, de nervos e hormônios, mas também aquilo a que as religiões, há séculos, deram o nome de alma.

“A filosofia espírita aceita que, acima destes dois princípios universais, o material e o espiritual paira Deus, o Criador de tudo, a inteligência primária da Natureza inteira, um Deus que é a suprema perfeição, um Deus que é Pai de Misericórdia e Bondade, de Justiça e Amor, que criou todos os seus filhos para todos, sem qualquer exceção, um dia, através de seus esforços, ao longo dos tempos, sejam, de fato, felizes”.
III - Religião
Há quem conteste o aspecto religioso do Espiritismo. Vejamos o que diz Kardec. No livro O Espiritismo na sua mais simples expressão, claramente ele assegura:
"Do ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em particular. Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que sofre, após a morte, as conseqüências do bem e do mal que praticar durante a vida corpórea: o objetivo de todas as religiões”.
Em Obras Póstumas - Primeira Parte - Manifestações dos Espíritos - Caráter e conseqüências religiosas das manifestações dos Espíritos, há a seguinte afirmação de Kardec:
"O Espiritismo, firmado no conhecimento de leis ainda não compreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, mas torná-los mais aceitáveis, dando-lhes explicação racional. O que ele vem destruir são as falsas deduções daquelas leis, por erro ou ignorância”.
No Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Introdução, item I, Kardec esclarece:
"Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espíritas oferece aplicações que lhe concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas, doravante e permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a pô-la em prática, a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho”.
Nessa mesma obra, Cap. I - item 7, Kardec dispõe:
"Assim, como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir e preparar a realização das coisas futuras. Ele é pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra”.
No Cap. I - item 16 de A Gênese, Kardec afirma:
"Do mesmo modo que a ciência propriamente dita tem por objeto o estudo das leis do princípio material, o objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual ...”.
No Cap. XII - item 18, acrescenta:
"Não é que o sobrenatural seja necessário às religiões, mas sim o princípio espiritual, que erradamente se confunde com o maravilhoso, e sem o qual não há religião possível’.
No discurso proferido na Sociedade Espírita de Paris, em 1º de novembro de 1868 e publicado na Revista Espírita de dezembro do mesmo ano, Kardec faz as seguintes declarações:
"Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças ...”
"O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é pois, um laço, um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito ...”
"Se assim é, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida senhores. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.
"Porque, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí se não uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou a opinião pública”.
Como se vê, o Espiritismo não é religião no sentido tradicional da palavra religião.
Concluímos que o Espiritismo não tem culto material exterior nem sacerdócio organizado, como as religiões tradicionais; no entanto, possui um conteúdo moral, ligando os homens entre si e seu criador.

Leitura Adicional:
1.Espiritismo Básico - Pedro Franco Barbosa - FEB.
2.O que é a Mediunidade - Celso Martins - Leymarie.
3.Vida e Obra de Allan Kardec - André Moreil - EDICEL.
4.Recordando Deolindo Amorim - Celso Martins - Gráfica e Editora do Lar/ABC do Interior
5.Kardec, irmãs Fox e outros - Jorge Rizzini - EME.
6.O Mistério do Bem e do Mal - J. Herculano Pires - Ed. Correio Fraterno.
7.Ciência Espírita - J.Herculano Pires - Ed. Paidéia.
8.O Infinito e o Finito - Crônicas - J.Herculano Pires - Ed. Correio Fraterno
9.Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini - EDICEL. Religião - Carlos Imbassahy - FEB.
10.Fonte Grupo Espírita Redenção

EQUILIBRO DAS QUALIDADES FEMENINAS E MASCULINAS

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Parece ter sempre existido certa rivalidade entre homem e mulher. Mas eles são iguais; nenhum é superior ao outro. Orgulhe-se do que é nesta vida. Deus é tanto sabedoria infinita quanto sentimento infinito. Quando Se manifestou na criação, deu forma à Sua sabedoria na figura do pai; e, forma ao Seu sentimento na figura da mãe (...) Todos os pais e mães estão potencialmente dotados com ambas: a sabedoria paterna e a ternura materna de Deus. Eles têm que aperfeiçoar essas dádivas (...) O homem divino desenvolve tanto as qualidades paternas quanto as qualidades maternas em si mesmo.


O homem argumenta que a mulher é emocional e não sabe raciocinar, e a mulher queixa-se de que o homem não é capaz de sentir. Ambos estão errados. A mulher pode raciocinar, mas o sentimento predomina em sua natureza; e o homem é capaz de sentir, mas nele prepondera a razão. Deus criou essas diferenças mentais e psicológicas a fim de que houvesse uma distinção entre homem e mulher.
A união espiritual ideal entre eles tem o propósito de fazer aflorar no homem a sensibilidade latente e a desenvolver a razão oculta na mulher. Foram feitos para se ajudarem mutuamente a desenvolver as puras qualidades divinas e do sentimento perfeito.


Quando o homem e a mulher, de uma forma pura e genuína, se amam mutuamente, forma-se entre eles uma completa harmonia de corpo, mente e alma. Quando o amor entre eles se expressa na forma mais elevada, o resultado é uma unidade perfeita.

Por meio da comunhão com Deus, voce pode alcançar a harmonia e o equilíbrio dessas duas qualidades dentro de voce.


Por Yoganandaji "Onde existe Luz" 

Bom dia luzes do dia! 
saudações numinosas.
sublimes abraçoos
Norma

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KissThe Earth"Walke tocara paza cada momento.
Caminhare tocara felicidadea cada momento.
Cada etapatrazuma brisa fresca.
Cada etapafazuma florflor.
Beijoda Terracom os pés.
Trazerà Terrao seu amore felicidade.
A Terraserá seguroquandonos sentimos segurosem nós mesmos."
 
                                        VenerávelMestre ZenThichNhatHanh
 

"As pessoascostumam considerarandar sobre a águaouno arum milagre.Mas eu acho queo verdadeiro milagrenãoé andartantona água ouno ar, maspara andarna terra. 


"Venerável  Mestre  Zen Thich  NhatHanh

Bom dia flores do dia!!!!

CORAÇÕES UNIFICADOS

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 A evolução é inevitável, e a grande síntese do estado consciencial evolutivo na modernidade, é uma mudança de características hereditárias, dizem os cientistas. Acredito principalmente nas mudanças dos valores morais que uma sociedade pode implementar, e assim o processo poderá ser transmitida de geração à geração. A evolução nesse sentido pode ser definida como qualquer alteração dos estados vibracionais e das frequências dos pensamentos individual atuando no coletivo, e alterando o 'modus vivendus' da população fazendo com que mudem ao longo do tempo. Creio também que o grande pico evolutivo são as modificações nos níveis dos sentimentos, promovendo a unificação de corações no sentir, e no pensar, uma vez que nascemos simples em seu sentir e ignorantes em seu pensar.  Este rastreamento emocional será promovido pelas plúrimas reencarnações, e este estado elevado de consciência sensível  promoverá a elevação na arte de amar e modificará as estruturas desse planeta... 

 Os seres sencientes ( aqueles com capacidade de sofrer ou sentir prazer ou felicidade), são os que mais sofrem neste planeta, e creio serem eles àqueles que promoverão a unificação de corações.  A dor do outro é sua também.  Sim, se você é sensível, somos iguais. Que booooooooom!!! Encontrei alguém que verdadeiramente se  IMPORTA.  
Ode aos corações unificados! 
 
 Bom dia flor do dia! 
 Sublimes abraços
 Norma

AS TRÊS PORTAS DA LIBERAÇÃO

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Sangha Virtual

Estudos Budistas
Tradição do Ven. Thich Nhat Hanh




As Três Portas da Liberação


As Três Qualidades do Darma são as chaves de que dispomos para abrir as Três Portas da Liberação - o vazio, a ausência de imagens e a ausência de objetivo. Todas as escolas de budismo aceitam o ensinamento das Três Portas da Liberação. Essas três portas às vezes são chamadas de Três Concentrações. Quando passamos por essas portas, adquirimos concentração e nos libertamos do medo, da confusão e da tristeza.

A Primeira Porta da Liberação é o vazio

O vazio sempre significa vazio de alguma coisa. O copo está vazio de água, e a tigela vazia de sopa. Nós estamos vazios de um eu independente e separado. Não podemos existir sozinhos. Só podemos existir em inter-relação com tudo o mais que existe no cosmos. A prática consiste em incentivar a compreensão do vazio durante todo o tempo. Aonde quer que vamos, entramos em contato com o vazio que existe em tudo. Olhamos para a mesa, o céu azul, o nosso amigo, a montanha, o rio, a raiva e a felicidade, entendendo que tudo isso está vazio de um eu independente e separado. Quando contemplamos essas coisas em profundidade, vemos a natureza interpenetrante e interdependente de tudo o que existe. O vazio não significa, em absoluto, não-existência. Significa Origem Interdependente, Impermanência e Não-eu.


Quando ouvimos falar de vazio, ficamos assustados. Mas depois de praticar por algum tempo, entendemos que as coisas realmente existem, só que de forma diferente do que pensávamos. O vazio é o Caminho do Meio entre a existência e a não-existência. A flor não se toma vazia quando murcha e morre, mas sempre foi vazia em sua essência. Ao olharmos em profundidade, vemos que a flor é composta de elementos não-flor - luz, espaço, nuvens, terra e consciência. Está vazia de um eu independente e separado. No Sutra do Diamante, aprendemos que um ser humano não é independente das outras espécies, e que para proteger os seres humanos é preciso proteger as espécies não-humanas. Se poluirmos o ar, a água, os vegetais e os minerais, estaremos destruindo nós mesmos. Temos que aprender a nos enxergar de outra maneira, vendo a nós mesmos naquelas coisas que sempre pensamos que estivessem fora de nós, e dissolvendo nossas falsas fronteiras.


No Vietnã, dizemos que se um cavalo estiver doente, todos os outros cavalos do estábulo recusam comida. Nossa felicidade e sofrimento são a felicidade e o sofrimento de todos. Quando agimos baseados no não-eu, nossa ações passam a estar em consonância com a realidade, e sabemos o que devemos fazer e não fazer. Quando temos consciência de que estamos todos ligados uns aos outros, adquirimos a Consciência do Vazio. A realidade está muito além de nossas idéias sobre ser e não ser. Dizer que uma flor existe não é exatamente correto, mas dizer que ela não existe também não é verdadeiro. O verdadeiro vazio é chamado de "ser maravilhoso", porque está além da existência e da não-existência.


Quando comemos, devemos praticar a Porta da Liberação chamada de vazio. "Eu sou este alimento. Este alimento sou eu." Um dia, no Canadá, quando eu almoçava com a Sangha, um estudante me olhou e disse: "Estou alimentando você." Ele estava praticando a concentração no vazio. Cada vez que olhamos nosso prato de comida, podemos contemplar a natureza impermanente da comida. Esta é uma prática profunda, porque tem o poder de nos ajudar a enxergar a "Origem Interdependente". Aquele que come e a comida ingerida são, por natureza, vazios. É por isso que a comunicação entre eles é perfeita. Quando praticamos a meditação andando de uma forma relaxada e pacífica, acontece a mesma coisa. Cada passo que damos não é dado apenas para nós, mas para o mundo. Quando olhamos para os outros, vemos sua felicidade e sofrimento ligados a nossa felicidade e sofrimento. "A paz começa em mim mesmo."


Todos aqueles que amamos um dia ficarão doentes e morrerão. Sem praticar a meditação no vazio, quando isto acontecer ficaremos arrasados. A Concentração no Vazio é uma forma de permanecer em contato com a vida como ela é, mas precisa ser praticada, e não apenas falada. Observamos nosso corpo e vemos as causas e condições que o fizeram existir - nossos pais, nosso país, o ar, e até mesmo as gerações futuras. Vamos além do tempo e do espaço, do eu e do meu, e experimentamos a verdadeira libertação. Se só estudarmos o vazio como uma filosofia, ele não será para nós uma Porta da Liberação. O vazio só se torna uma Porta da Liberação quando penetramos nele com profundidade, entendendo a natureza interdependente e o aparecimento conjunto de tudo o que existe.


A Segunda Porta da Liberação é a ausência de imagens..


 Neste contexto, "imagem" quer dizer uma aparência, ou um objeto de percepção. Quando vemos algo, é porque um sinal ou imagem aparece diante de nós, e é isso que chamamos de lakshana. Se a água, por exemplo, estiver em um recipiente quadrado, sua imagem é a "quadratura" do recipiente. Se estiver em um recipiente redondo, será a "redondeza". Quando abrimos o congelador e tiramos gelo, a imagem recebida é de que a água está sólida. Os químicos chamam a água de "H2O". A neve nas montanhas e o vapor que se eleva da chaleira também são H2O. Se H2O estiver no momento redonda ou quadrada, líquida, gasosa ou sólida, dependerá das circunstâncias. As imagens são instrumentos para nosso uso, mas não são a verdade absoluta. Elas podem nos enganar. O Sutra do Diamante diz: "Onde houver uma imagem, haverá uma ilusão”. As percepções costumam nos dizer tanto sobre quem percebe quanto sobre o objeto percebido. As aparências enganam.


A prática da Concentração na Ausência de Imagens é necessária para que possamos nos libertar. Sem enxergar além das imagens não atingiremos a realidade propriamente dita. Enquanto ficarmos presos às imagens - redondo, quadrado, sólido, líquido, gasoso - continuaremos a sofrer. Nada pode ser descrito em termos de uma imagem apenas. Mas sem imagens nós ficamos ansiosos. Nosso medo e nosso apego se devem a ficarmos presos a imagens. Até entendermos que todas as coisas têm uma natureza desprovida de imagens, continuaremos com medo e sofrendo. Para poder entrar em contato com a H2O, temos que esquecer de imagens tais como quadrado ou redondo, duro ou mole, pesado ou leve, em cima ou embaixo. A água, por si mesma, não é nenhuma dessas coisas. Só quando conseguirmos nos libertar das imagens estaremos aptos a penetrar no âmago da realidade. Enquanto não conseguirmos enxergar o oceano nos céus, continuaremos iludidos pelas imagens.


Um grande alívio advém quando rompemos as barreiras das imagens e atingimos o mundo que está além das imagens, o Nirvana. E onde devemos procurar este mundo sem imagens? Aqui mesmo, no meio do mundo das imagens. Se jogarmos a água fora, não haverá nenhuma forma de ter contato com a essência da água. Contatamos sua essência quando abrimos caminho através das imagens e chegamos à verdadeira natureza da interdependência dos seres. As três fases são a água, a não-água e a verdadeira água. A verdadeira água é a essência da água. O fundamento de sua existência não está sujeito ao nascimento nem à morte. Quando chegarmos a isso, não teremos mais medo de nada.


"Quando chegarmos à ausência das imagens dentro das imagens, encontraremos o Tathagata. Esta é uma frase do Sutra do Diamante. Tathagata significa "a natureza maravilhosa da realidade". Para ver a natureza maravilhosa da água é preciso olhar além das imagens (aparências) da água, e ver que ela é constituída de elementos não-água. Se você achar que a água é apenas água, que não pode ser o sol, a terra ou as flores, estará enganado. Terminará por entender que a água na verdade é o sol, a terra e as flores, e que apenas ao olhar para o sol, a terra e as flores você estará vendo a água. Isto é a "ausência de imagens das imagens". Um jardineiro orgânico que olha para uma casca de banana, folhas moitas ou galhos podres enxerga as flores, frutas e os legumes contidos neles. Ele saberia que as flores, as frutas e o lixo não têm existência independente. Ao aplicar esta compreensão a outras áreas de sua vida, o jardineiro pode atingir o despertar total. (...)


A ausência de imagens não é uma idéia apenas. Ao contemplar nossos filhos, vemos os elementos que os produziram. Eles são como são porque nossa cultura, economia, sociedade e nós mesmos somos do jeito que somos. Não podemos simplesmente culpar nossos filhos quando as coisas dão errado. Muitas causas e condições contribuíram. Quando soubermos transformar a nós mesmos e a sociedade, nossos filhos também se transformarão. Os jovens aprendem a escrever e ler, aprendem matemática, ciências, e outras matérias na escola para ajudá-los a ganhar a vida. Mas poucos currículos escolares ensinam os jovens a viver - como lidar com a raiva, como reconciliar os conflitos, como respirar, sorrir, como transformar as formações interiores. A educação necessita de uma revolução. Precisamos incentivar as escolas a ensinar a seus alunos a arte de viver em paz e harmonia. Não é fácil aprender a ler, escrever, ou resolver problemas matemáticos, mas as crianças conseguem. Aprender a respirar, sorrir e transformar a raiva também pode ser difícil, mas já vi muitos jovens conseguirem. Se ensinarmos às crianças valores adequados, quando elas tiverem apenas doze anos já saberão viver em harmonia com as outras pessoas.

Quando vamos além das imagens, entramos em um mundo onde não há medo nem culpa. Vemos a flor, a água e o nosso filho por um prisma que está além do tempo e do espaço. Sabemos que nossos ancestrais estão presentes dentro de nós, aqui e agora. Constatamos que Buda, Jesus, e todos os outros ancestrais espirituais não morreram. O Buda não pode ficar confinado há 2.600 anos. A flor não está limitada à sua breve manifestação. Tudo se manifesta por meio de imagem. Se ficarmos presos às imagens, sempre teremos medo de perder as manifestações específicas.

Quando um menino de oito anos que vivia em Plum Village morreu de repente, pedi a seu pai que mantivesse a plena consciência da presença do filho no ar que respirava e nas folhas de grama sob seus pés, e ele conseguiu fazer isso. Quando um conhecido professor de meditação vietnamita morreu, seu discípulo escreveu o seguinte poema:

Irmãos de Darma, não se apeguem às imagens.
As montanhas e os rios que nos cercam são nossos professores.


O Sutra do Diamante enumera quatro imagens - o eu, a pessoa, o ser vivo e o período de vida. Ficamos enredados na imagem eu, porque achamos que existem inúmeras coisas que não são eu. Mas quando contemplamos a questão com profundidade, vemos que não existe um eu separado e independente, o que nos liberta da imagem do eu. Entendemos então que para nos protegermos temos que proteger tudo o que não é nós mesmos.

Também ficamos enredados na imagem "pessoa". Separamos os seres humanos dos animais, árvores e pedras, e achamos que os não-humanos - peixes, vacas, plantas, terra, ar e mar - estão lá apenas para serem explorados por nós. As outras espécies também caçam para comer, mas não de uma forma exploratória como nós. Quando olhamos para a nossa espécie, vemos os elementos não-humanos contidos nela, e quando olhamos para os reinos animal, vegetal e mineral, vemos o elemento humano neles. Quando praticamos a Concentração na Ausência de Imagens, sabemos viver em harmonia com todas as espécies.

A terceira imagem é "ser vivo". Achamos que seres conscientes são diferentes de não-conscientes. Mas seres vivos ou sensíveis são feitos de espécies não-vivas ou não-sensíveis. Quando poluímos as espécies chamadas de não-vivas, como o ar ou os rios, estamos poluindo os seres vivos também. Se pensarmos na interdependência dos seres vivos e não-vivos imediatamente pararemos de agir deste modo.

A quarta imagem é "período de vida", que é o período de tempo entre o nascimento e a morte. Nós achamos que só estamos vivos por um período específico de tempo, que teve um começo e terá um fim. Mas ao contemplar profundamente, constatamos que nunca nascemos e nunca morreremos, e nosso medo se dissolve. Com atenção plena, concentração e as Três Qualidades do Darma, podemos abrir a Porta da Liberação que é a ausência de imagens e conquista o maior de todos os alívios.


A Terceira Porta da Liberação é ausência de objetivos.

Não há nada a fazer, nada a realizar, nenhum programa a ser cumprido, nenhuma agenda. Esse é o ensinamento budista sobre os fins últimos do homem. A rosa tem que fazer alguma coisa? Não, o objetivo da rosa é apenas ser uma rosa. Seu objetivo é ser quem você é. Você não precisa sair correndo e se tornar outra pessoa. Você é maravilhoso do jeito que é. Esse ensinamento do Buda permite que a gente se divirta, contemple o céu azul e tudo o mais que é tão bom e refrescante no momento presente.
Não há nenhuma necessidade de inventar objetivos para depois correr atrás deles. Nós já temos tudo o que é necessário, já somos aquilo em que desejamos nos tornar. Somos todos Budas, por isso podemos dar a mão a um outro Buda e praticar a meditação andando. Esse é o ensinamento do Avatamsaka Sutra. Seja você mesmo, a vida é preciosa do jeito que é. Não há necessidade de correr, lutar, carregar fardos nem disputar coisas. Podemos apenas existir. Estar aqui, neste momento, neste lugar, já é uma forma profunda de meditação. A maioria das pessoas não acredita que caminhar sem pressa e despreocupadamente seja o bastante. As pessoas acham que lutar e competir são coisas normais e necessárias. Tente praticar a ausência de objetivos por cinco minutos apenas, e observe como será feliz durante esses cinco minutos.
O Sutra do Coração diz que não há nada para ser atingido. Nós não meditamos para atingir a iluminação, porque a iluminação já está em nós, conseqüentemente não há necessidade de busca-Ia. Não precisamos de propósitos nem de metas. Nossa prática não visa obter uma alta posição. Quando praticamos a ausência de objetivo, entendemos que nada nos falta, que já somos tudo o que queríamos ser. Nessa altura, nossa luta desesperada principia a cessar. Fazemos as pazes com o momento presente, e conseguimos observar a luz do sol entrando pela janela e ouvir o barulho da chuva. Não precisamos mais correr atrás de coisas externas. Podemos usufruir esse momento. As pessoas discutem como chegar ao Nirvana, mas na verdade já estamos lá. A ausência de objetivo e o Nirvana são uma coisa só.


Ao acordar hoje de manhã eu sorri.
Vinte e quatro horas, novinhas 
em folha, ao meu dispor.

Tenho a firme intenção de viver
 plenamente cada momento do 
meu dia, e olhar para todos os 
seres com o olhar da compaixão. 


Essas vinte e quatro horas são uma dádiva preciosa, que só poderemos usufruir completamente quando tivermos aberto a Terceira Porta da Liberação, que é a ausência de objetivo. Se pensarmos que temos vinte e quatro horas para realizar alguma coisa, o dia de hoje passa a ser um meio para atingir um fim. O momento de cortar madeira ou carregar água é o momento que temos para sermos felizes. Não devemos esperar que essas tarefas estejam terminadas para só então sermos felizes. Ser feliz agora significa não ter metas agora. Se não fizermos isto, andaremos em círculo pelo resto da vida. No momento presente, temos tudo o que necessitamos para fazer desse momento o mais feliz de nossas vidas, mesmo se estivermos com dor de cabeça ou com um resfriado. Não temos que esperar o resfriado acabar para poder ser felizes. Resfriar-se é parte da vida.
Alguém me perguntou: "Você não está preocupado com a situação do mundo?" Eu respirei e respondi: "O mais importante é não permitir que a ansiedade em relação aos acontecimentos mundiais encha o seu coração. Se o coração for preenchido pela ansiedade, você ficará doente, e não poderá ajudar quando for necessário." Existem guerras - grandes e pequenas - em muitos lugares, e isso pode nos tornar ansiosos. A ansiedade é a doença de nosso tempo. Estamos sempre preocupados conosco, com a família, com os amigos, com o trabalho, e também com a situação do mundo. Se permitirmos que a preocupação inunde os nossos corações, mais cedo ou mais tarde ficaremos doentes.

É verdade que existe uma enorme quantidade de sofrimento por este mundo afora, mas o fato de saber disso não significa que estamos paralisados. Se praticarmos a respiração, a caminhada, a meditação e o trabalho com consciência, e fizermos o melhor que pudermos para ajudar os outros, teremos paz no coração. A preocupação não realiza nada. Mesmo se nos preocuparmos dez vezes mais, isso não melhorará em nada a situação do mundo. Na verdade, a ansiedade só faz piorar as coisas. Mesmo sabendo que nada é como gostaríamos que fosse, devemos ficar contentes mesmo assim, porque estamos dando o nosso melhor, e continuaremos a fazer isso. Se não soubermos respirar, sorrir e viver com atenção e profundidade cada momento de nossa vida, nunca poderemos ajudar ninguém. Sou feliz agora. Não me falta nada. Não espero nenhum tipo de felicidade adicional nem condições ideais para poder ser mais feliz ainda. A prática mais importante de todas é ausência de objetivo, em vez de ficar correndo atrás das coisas intensamente.

Aqueles dentre nós que tiveram a sorte de conhecer e praticar a atenção plena têm a responsabilidade de trazer paz e alegria para as suas vidas, mesmo que as condições do corpo, da mente ou do meio ambiente não sejam exatamente as que gostaríamos. Sem felicidade não poderemos ser um refúgio para os outros. Pergunte a si mesmo. O que estou esperando para ser feliz? Por que não fico feliz agora mesmo? Meu único desejo é ajudar vocês todos a entenderem isso. Como podemos inserir a prática da atenção plena na sociedade? Como podemos ajudar o maior número possível de pessoas a ser feliz e a ensinar a arte da atenção plena a outras pessoas? O número de pessoas capazes de gerar violência é muito grande, enquanto que um número muito reduzido sabe respirar e gerar felicidade. Todo novo dia representa mais uma oportunidade para ser feliz e ser um refúgio para os outros.

Não precisamos nos tornar nada além do que já somos. Não precisamos desempenhar nenhuma ação específica. Só precisamos ser felizes no momento presente, e dessa forma estaremos sendo úteis às pessoas que amamos e a toda a sociedade. A ausência de objetivo significa parar e entender que a felicidade está ao nosso alcance. Se for perguntado quanto tempo alguém precisa praticar para ser feliz, eu responderei que essa pessoa pode ser feliz imediatamente. A prática da ausência de objetivo é a prática da liberdade.

Saudações numinosas!
Sublimes abraços
Norma Lúcia

Fonte:
(Do livro “A Essência dos ensinamentos de Buda” – Thich Nhat Hanh)
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SE O ORGULHO DIMINUÍSSE, A FACILIDADE DO PERDÃO AUMENTAVA.

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SABEDORIA DA INFÂNCIA.

 Muitas vezes na infância e adolescência, por qualquer besteira ‘trocávamos “DE MAL”, juntávamos os dedos indicadores, e a pessoa ofendida partia (cima para baixo), e selando o trato, não falávamos mais um com o outro. Depois, a saudade apertava, e a reconciliação era muito fácil, e selávamos o "DE BEM", juntávamos os indicadores e o outra pessoa partia os dedos (de baixo pra cima) e retornávamos ao ‘status quo ante’.

Assim vivíamos, sem guardar mágoa ou rancor de ninguém, pois o importante era a vida de folguedos, que é rara e bela. Assim sendo, o viver era simples e feliz na infância...

Mas, adultecemos e perdemos o vínculo com a “criança interior”. Mas, a inteligência emocional vivaz, em sua agudez de sabedoria, ensina-nos que devemos seguir nas trilhas de resgate da criança deixada lá atrás... E seguindo esta rota da alma, voltamos ao aprendizado ISO 9.000 e reconquistamos a sabedoria da 'criança interior' lá da infância. Esta é a verdadeira sabedoria.

Lembrem-se: O perdão não busca os culpados, antes de tudo o perdão busca a liberdade.

Perdoa as bobagens dos outros, perdoe as sua próprias bobagens!!!!

A vida é bela!

Bom dia rosas e cravos do dia! Se eu pudesse morar perto pra te ver todo dia.

Norma Lúcia Villares

A Luz no Caminho

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Os Paradoxos da Sabedoria Suprema
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
  
 
 
 
É no mínimo misterioso o texto do pequeno livro “Luz no Caminho”, o clássico da filosofia esotérica oriental que foi publicado pela primeira vez no Ocidente durante o século 19.  
 
A obra tem poucas páginas e só pode ser compreendida com o uso da intuição, porque aponta para uma sabedoria que está além das palavras.
 
Seu texto, parcialmente ditado a Mabel Collins por um instrutor de filosofia esotérica, foi publicado em Londres em 1885, mas é anterior  a aquele momento. A estrutura central da obra é usada há muitos séculos pelas escolas esotéricas  orientais. Sua  divulgação na Europa foi parte do esforço teosófico por aproximar as tradições espirituais do oriente e do ocidente, preparando e antecipando o trabalho espiritual dos séculos 20 e 21. 
 
O ensinamento também foi em boa parte distorcido pela própria Mabel Collins, conforme o alerta feito por Helena Blavatsky. Os erros da obra estão assinalados pela primeira vez desde 1885 na edição luso-brasileira de 2014. Esta é a primeira edição, em qualquer idioma, a fazer isso.

As Palavras e o Silêncio

Todo bom livro das tradições místicas parece colocar-nos diante de algumas perguntas básicas:
 
1) Qual é a importância das palavras na evolução espiritual? 
2) Até que ponto elas são indispensáveis?  
3) Será que o homem surgiu com a linguagem verbal e estará sempre preso a ela?
 
Para a teosofia, a humanidade surgiu há longas eras em níveis de consciência superiores aos que conhecemos. A vida e o planeta eram quase imateriais, do ponto de vista do ser humano de hoje. Na época, a comunhão entre as almas era tão imediata que não havia necessidade de  linguagem verbal. Bastava a percepção direta. A linguagem falada apareceu mais tarde, inicialmente através de monossílabos que visavam dar apoio à  comunicação intuitiva.
 
Pouco a pouco, à medida que nossa mente se tornava afiada e que perdíamos a percepção espiritual das coisas, surgiu uma linguagem mais complexa. Ganhávamos a lógica dos detalhes em troca da intuição perdida. Hoje temos uma  linguagem dependente das palavras, e ela  frequentemente se divorcia do mundo espiritual, negando e ocultando a verdade interior.
 
A sabedoria oriental ensina que um dia  nós voltaremos a aquele  estado inicial de comunhão interior que tornava as palavras desnecessárias. Mesmo na atualidade há momentos em que alcançamos o nível intuitivo de consciência, enxergando as coisas com o coração e não só através do cérebro. O pequeno livro “Luz no Caminho” é um instrumento para o despertar desta  percepção.

O Mistério dos Paradoxos

Filosoficamente, um paradoxo é uma afirmação que parece dizer duas coisas diferentes ao mesmo tempo, e requer um salto de consciência para ser compreendida por completo, porque não vê um lado só da verdade.  “Luz no Caminho” [1] tem um estilo paradoxal, e fala mais à alma que à consciência física. Contém palavras, mas está livre delas. Leva o leitor a um plano da realidade em que a compreensão está  além da linguagem verbal e transcende as suas limitações. A obra fala aos dois hemisférios do cérebro humano, o lógico e o intuitivo. Dá conselhos aparentemente contraditórios, mas isto se deve ao fato de que a natureza do ser humano é, realmente, dual.
 
Vejamos as duas primeiras regras não-numeradas do livro:
 
“Antes que os olhos possam ver, eles devem ser incapazes de lágrimas. Antes que o ouvido possa ouvir, ele deve ter perdido sua sensibilidade.” (p. 19)
 
As lágrimas significam as lamentações pessoais e a piedade de si mesmo. O aprendiz que é  incapaz desta emoção pode  ver a realidade com clareza imparcial.  A sensibilidade egocêntrica com que  normalmente percebemos a vida deve ser abandonada. Só depois disso pode surgir a percepção superior, impessoal.
 
O texto prossegue:
 
“Antes que a voz possa falar na presença dos Mestres, ela deve haver perdido o poder de ferir. Antes que a alma possa erguer-se na presença dos Mestres, os seus pés devem ser lavados com o sangue do coração.” (p.19)
 
A ideia de Mestres simboliza o mundo divino dentro de nós. O estudante deve avançar no caminho através do sacrifício da sua natureza pessoal. O sangramento das nossas paixões e sofrimentos pessoais (coração) deve purificar os pés, que são a nossa base e o nosso contato com a Terra e o mundo material. Assim  nossa vida será coerente e  poderemos perceber a presença do mundo divino. Porém, o estudante não necessita buscar  sofrimento. O próprio ato de viver é perigoso, e o sofrimento vem naturalmente para todo ser vivo. O que o estudante do caminho espiritual faz é apenas colocar seus sofrimentos pessoais dentro do contexto maior da busca da verdade, reconhecendo que toda vida é uma grande lição, e aceitando tudo com a humildade do aprendiz. Então a purificação ocorre.  E a  pureza surge com força quando desistimos unilateralmente  de agredir outros seres, seja física, emocional ou mentalmente. Temos o direito de proteger-nos, dentro dos limites da ética, mas passamos a ser basicamente inofensivos.
 
A tradição mística diz que as almas humanas saíram um dia do mundo divino e deverão voltar a ele,mais tarde, enriquecidas  pelas experiências que acumularam no mundo externo.   
 
“Luz no Caminho” é  uma ferramenta de trabalho para os que decidem acelerar conscientemente a volta para a  casa divina. Em poucas palavras, sempre paradoxais, as regras de “Luz no Caminho” recomendam aos discípulos:
 
“Mata a ambição. Mata o desejo de viver. Mata o desejo de conforto. Trabalha como aqueles que são ambiciosos. Respeita a vida como aqueles que a desejam. Deves ser feliz como aqueles que vivem em função da felicidade.” (pp. 19-20)
 
A ambição pessoal cega o estudante. Já o medo do desconhecido pode transformá-lo em um medroso incapaz de abrir caminhos, aceitar riscos  ou assumir responsabilidades.  O desejo de conforto o leva a uma preguiça paralisante.

Desenvolvendo o Poder do Altruísmo

O aprendiz deve  estar decidido a buscar o impossível. Cabe a ele esforçar-se com a intensidade de um egoísta, enquanto abandona a busca de comodidade e abre mão do que é seu. 
 
Afirma-se que em geral os egoístas têm vontade forte e buscam com todas as forças materializar suas ilusões, enquanto os seres espirituais parecem não ter motivação alguma e ficam  parados, como se não tivessem nada para fazer ou como se não tivessem vontade de fazer coisa alguma. Talvez seja por isso que o mundo enfrenta tantos desafios. Os cidadãos altruístas devem ser ativos, para que o mundo melhore com rapidez. 
 
Como podem eles obter uma motivação para as coisas espirituais?
 
O que move uma pessoa são seus desejos e emoções.  Diga-me o que você deseja, e eu lhe direi quem você é. Quando purificamos nossas intenções, alcançamos a felicidade interior. Mas cabe examinar quem está disposto a trocar seus desejos egoístas por outros, melhores e mais puros.  “Luz no Caminho” aconselha:
 
“Deseja apenas aquilo que está dentro de ti. Deseja apenas aquilo que está além de ti.” (p. 22)
 
A sabedoria está dentro de nós,  e também além de nós. Nossas personalidades são apenas noções superficiais de um “eu” separado. Quando olhamos profundamente para nós próprios vemos que não somos “alguém”. Apenas somos. Ser “alguém” na vida  é fazer o papel de  um personagem construído socialmente. Em compensação, o  zen-budismo costuma perguntar a seus aprendizes, para que meditem:
 
“Qual era teu nome, e qual era teu rosto, duzentos anos antes de nasceres?”  
 
Se olharmos para a essência dentro de nós, esqueceremos nosso pequeno mundo pessoal. Ao olharmos para fora deste pequeno mundo psicológico,  também esqueceremos o “eu” que tem o hábito de ver a si mesmo como o único centro do universo. Mas é preciso desejar o que está além de nós próprios.
 
O texto de “Luz no Caminho” prossegue:
 
“Deseja apenas aquilo que é inalcançável. Porque dentro de ti está a luz do mundo - a única luz que pode iluminar o Caminho. Se fores incapaz de percebê-la dentro de ti, será inútil procurar fora. Ela está além de ti; porque quando a tocares terás perdido a ti mesmo. Ela é inalcançável, porque sempre recua. Tu entrarás na luz, mas nunca tocarás a chama.” (pp. 22-23)
 
A sabedoria está “além de nós” porque só podemos alcançá-la deixando de lado o pequeno eu pessoal e ativando o hemisfério cerebral direito, sede da intuição superior. Como ensinou São Francisco de Assis, é morrendo que se nasce para a vida eterna. É deixando de existir  para o hemisfério cerebral esquerdo, lógico, linear e quase sempre prisioneiro do egocentrismo, que nascemos para a consciência do hemisfério cerebral direito, que é intuitiva, criativa, capaz de perceber simultaneamente cada  instante e a eternidade inteira. Entraremos na luz, mas nunca tocaremos a Chama, porque ela é de uma dimensão  superior à humana.
 
Mata todo sentido de separação”, diz um dos preceitos. E o instrutor que ditou a parte central da obra explica em seguida:
 
Não penses que podes permanecer afastado do homem maldoso ou do tolo. Eles são tu mesmo, embora em uma proporção menor que o teu amigo ou teu mestre. Mas se deixares que cresça em ti a ideia de separação em relação a qualquer coisa ou pessoa má, ao fazer isso criarás um Carma que te amarrará a aquela coisa ou pessoa até que a tua alma reconheça que não pode ficar isolada. (p. 21)
 
Aqui, mais um paradoxo. Ficamos presos a tudo aquilo que rejeitamos. Só podemos libertar-nos de algo mau quando deixamos de temê-lo. A energia do  rancor nos prende àquilo de que queremos afastar-nos. A rejeição é uma forma de apego.
 
O texto também ensina que todas as pessoas e situações que enfrentamos são sempre espelhos de nós próprios, mesmo que secundários e distorcidos:
 
“Lembra que o pecado e a vergonha do mundo são o teu pecado e a tua vergonha; porque tu és parte do mundo; o teu Carma está inevitavelmente ligado ao grande Carma.” (p. 21)
 
O carma individual é parte do carma coletivo. Assim, o caminho espiritual só pode ser trilhado em solidariedade com os outros seres. Isto não significa que não devemos ser ambiciosos. O livro ensina:
 
“Deseja o poder ardentemente. Deseja fervorosamente a paz. Deseja posses, acima de tudo. Mas estas posses devem pertencer apenas à alma pura. Devem ser propriedade, portanto, de todas as almas puras (…). Deves ansiar pelas posses que podem ser obtidas por uma alma pura, de modo que possas acumular riquezas para aquele espírito unificado da vida que é o teu único verdadeiro eu. A paz que deves desejar é aquela paz sagrada que nada pode perturbar, e na qual a alma cresce como cresce a flor sagrada nas lagoas de águas imóveis. E o poder que o discípulo deve desejar é o poder que o fará parecer nada aos olhos dos homens.” (p. 23)
 
O poder que nos faz parecer nada aos olhos dos outros é a força da alma.  
 
A paz interior não é alterada pela maré perpétua das emoções que sobem e descem, seguindo alegrias e tristezas de curto prazo. O caminho espiritual é uma trilha estreita que se abre entre duas expectativas igualmente ilusórias: a esperança do prazer, de um lado, e o medo da dor, de outro. Estes  dois extremos geram dependência emocional e sofrimento psicológico.
 
Um dos preceitos mais inspiradores do livro recomenda: 
 
“Aprende a olhar inteligentemente os corações dos homens. Desde um ponto de vista absolutamente impessoal, pois caso contrário a tua visão estará distorcida.” (p. 34)
                                                                                                  
O indivíduo desatento olha os outros mas não os vê. Apenas projeta seus próprios conteúdos mentais e emocionais sobre eles, porque está preocupado exclusivamente com os seus interesses pessoais. Olhar inteligentemente as pessoas significa muitas coisas. Uma delas é  respeitar o outro pelo que ele é, e não pelo que podemos ganhar dele.
 
Segue o texto:
 
“A inteligência é imparcial: ninguém é teu inimigo; ninguém é teu amigo. Todos são teus instrutores. O teu inimigo se torna um mistério que deve ser resolvido, mesmo que para isso sejam necessárias longas eras; porque o ser humano deve ser compreendido.” (p. 35)
 
Este preceito é recomendado em diferentes tradições.
 
O pensador clássico Plutarco escreveu um pequeno tratado intitulado “Como Tirar Proveito dos Seus Inimigos”. No século 20,  Carlos Castaneda escreveu sobre  a técnica do “pequeno tirano”, em que o aprendiz espiritual aproveita a existência de um inimigo (o “pequeno tirano”) para observar em si mesmo os processos do medo, do ódio, do orgulho ferido, da autoimportância, infantilidade, etc.  Os amigos quase sempre nos acostumam mal, os inimigos frequentemente nos ensinam.

O Segredo da Vitória

“Luz no Caminho” oferece uma chave-mestra para vencer os momentos difíceis, que são inevitáveis na caminhada espiritual.
 
São João da Cruz falou da “noite escura da alma”. O Jesus do Novo Testamento fala das tentações. No Velho Testamento, a história de Jó mostra como o bom  discípulo é entregue às forças negativas para que seja testado amplamente por elas. A tradição oriental ensina que as decisões altruístas do aprendiz são colocadas em cheque e questionadas até que ele tenha um alto grau de pureza, coerência, perseverança e bom senso.
 
Para cada pessoa, a todo momento,  os testes e as  “provações” serão diferentes. Nenhum estudante está livre deles.  Como, porém, podemos obter uma chave que nos permita vencê-los? “Luz no Caminho” fala do perigo e dá um conselho decisivo:  
 
“Quando tiveres encontrado o começo do caminho, a estrela da tua alma mostrará sua luz; e por esta luz perceberás como é grande a escuridão em que ela brilha. A mente, o coração e o cérebro permanecem escuros até que a primeira grande batalha tenha sido vencida. Não fiques assustado nem aterrorizado por esta visão; mantém os teus olhos fixos na pequena luz e ela crescerá.” (p. 26)
 
Na medida em que mantemos o pensamento concentrado no bem e nas coisas boas, o lado saudável da vida cresce e cada sofrimento se mostra como uma oportunidade de crescimento. Por isso o homem sábio usa seu indispensável espírito crítico para construir o que é bom. Assim ele fica livre para ajudar na construção de uma nova era de paz e solidariedade. Um  processo que ocorre sempre de dentro para fora, fluindo do nosso coração para o mundo ao redor.
 
 
NOTA:
 
[1]“Luz no Caminho”, de M.C., edição luso-brasileira com tradução, notas e prólogo de Carlos Cardoso Aveline, The Aquarian Theosophist, Portugal, 2014, 85 pp.
 
 
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
 
 
 
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
 
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Semeadores de Inocência

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Inocência, centelha de vida, 
Cristal transparente que observa a essência
Água que corre ativando e contendo
Permitindo chegar mais além dos limites mentais
Cada instante é presente eterno, mágico momento
É nele que tudo acontece e vives intensamente
Não há juízo nem preconceito, aceitação profunda
Da consciência desperta... Oceano imenso
Navegando na certeza da vida
Fresco clamor, anunciando na luz dourada
O novo amanhecer da era que marca
A trilha percorrida da consciência florescida
Meninos e meninas… brincando e aprendendo…
O novo tempo batendo… sinos soando…



O que se pode falar dos seres inocentes?...

Seres navegantes de universos soberanos, na essência da realização permanente da consciência na experiência...
Seres amados, companheiros cedidos, entusiasmados com o servir ao propósito convocados.
Muitos já encarnados, outros, a caminho… Outros de forma energética, mas todos ajudando… Sustentando a limpeza profunda do mental coletivo, carregado e densificado da humanidade adormecida… humanidade como família que começa a bocejar, a sair da sonolência e pondo-se a funcionar.
Assumir a unidade que com o planeta se gera, é parte do caminhar quando se toma consciência... O que é tomar consciência senão outra coisa que dar-se conta?... Dar-se conta do sonho ansiado e sonho inquieto... Do despertar e o acionar...
Enquanto isso, a inocência se derrama como balsamo… encarnada em personagens que nos olham a face… com seus olhos somente te vê, sem julgar nem dizer nada... Porem é tão transparente a mirada que os véus e ilusões se desnudam...
A verdade se faz presente e sorrindo se abraça, o clamor da fraternidade é uma canção já conhecida... Em muitas mentes ressoando, a inocência vai calando... Iluminando o caminho percorrido destacando com entusiasmo a aprendizagem realizada.
Inocência em meninos e meninas… como poder cuidar-te e sustentar-te?
Simples… somente olhando seus olhos e observando mais alem da aparência, deixa que chegue a essência, em ti também habita a inocência.
Quando sentes que podes ver-te, então poderás ver aos demais, conectar coração a coração e fazer grandes pontes de amor. No reconhecimento de quem somos e na interconexão, não é necessário dizer mais... Somente fluir bastará!...
Ir ao mundo do menino, da menina… conectar com sua percepção, muitas vezes distinta e pintada de cores, que às vezes pensa que nem existem... Deixar-te levar e permitir-lhes aflorar. As cores te ajudarão a decorar a realidade... Ou talvez vê-la de verdade?
Antes de exigir atenção e cuidados, precisas SENTIR o mundo de quem está a teu lado... Sabes que em cada ser humano há um universo armado?... Quanta magia em potencia se conectarmos bem os laços... E nos damos conta que estamos todos no mesmo campo.
Tomar consciência do impacto de tuas palavras, o impacto da desarmonia e desalento. Tudo se transmite quando queres comunicar, é preciso permitir o sincero sentir, ainda que não esteja de acordo com teu protocolo de acionar o mental, se é sincero o sentir, com amor conseguirás expressar... Desta forma tuas palavras poderão ir mais alem e navegar dentro do menino ou da menina que pretendes educar.
Sai de ti e de tua necessidade… respira e sente a imensidão do mundo desse menino ou menina com quem estás não importando quantos estejam juntos ao mesmo tempo, tu podes conectar-se com cada um profundamente e em alerta estarás... Assim a turma se acelera, pois pões somente a verdade e o conhecimento ingressa contido em sinceridade.
Todos nós estamos crescendo e descobrindo quem somos na realidade, pois finalmente, nos daremos conta que juntos construímos esta grande oportunidade de permitir experimentar o gosto de realizar, a consciência disposta a partir de toda a humanidade, com a assistência do planeta e o sistema solar, a galáxia se regozija ante tão bela variedade.
Infância que vai crescendo, com mais maturidade… que maior presente para brindar que permitir-lhes manifestar o ciclo evolutivo em que se encontram?...
Reconhecer a inocência em seu sutil e profundo atuar, nos permitirá juntos abrir este grande portal!!!!!


Documento pertencente à Rede de Educação Evolutiva. Autoriza-se a reprodução, respeitando a fonte original:Irdinave, Educación Evolutiva.http://www.educacionevolutiva.org/

Tradução: sandraferris@globo.com

O AMOR TEM MUITAS FACES

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Esta é uma mensagem de Sri Amma foi  enviada pelo Guia do Brasil,  Vikram Ji , acerca das faces do amor... Emoticon heartEmoticon heartEmoticon heart

✿•.¸¸.••❥ "O amor tem muitas faces. Ele se manifesta em momentos diferentes de formas diferentes.
Na relação com os filhos, o amor se manifesta como afeto. Permita-se ser afetado pelos medos, complexos, inseguranças e frustrações do seu filho. Estenda a mão com a compreensão.
Na relação conjugal, o amor é paixão e respeito; é ser amigo e estar junto nos momentos difíceis.
O amor é prover e dar para a família. O amor se transforma em sensibilidade e consciência das necessidades do outro.

No trabalho, o amor se manifesta como compromisso e paixão pela excelência.

Para amigos, amor significa conselho certo em momentos difíceis e diversão nos momentos fáceis.

Para a Nação, o amor significa criar riqueza através de integridade.

Na vida, o amor surge na forma de coragem e aceitação. Derruba os muros de medo e permite que cada experiência flua através de você; assim como as águas fazem sobre as areias.

A vida é completa apenas quando você cultiva o amor em todas as suas formas. Todos os que se queixam contra você são lembretes do céu pedindo-lhe para atingir o amor em seus níveis mais elevados.

 SRI AMMA  ¯\_(ツ)_/¯

Oneness University

Coisa boa de se ler! ◕‿◕
Boa noite amigos!
Melhores abraços
Norma


SE FOSSE DADO A POSSIBILIDADE SE SER DEUS POR UM DIA...

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Estou postando uma das perguntas mais sérias de uma vida repletas de indagações. 

Se fosse dada a você a possibilidade de ser Deus por um dia, o que você faria?
Claro, acabaria com o sofrimento, mudaria uma série de coisas erradas que existem no mundo, etc. Com isso o mundo deixaria de ser o mundo e passaria a ser seus conceitos e preconceitos manifestados. O mundo seria você e não mais o mundo. Você já parou para pensar que o que existe no mundo, bom ou ruim, quer concorde ou não, existe porquê é necessário para a evolução humana? Sobre o que você perguntou, o tarot responde da seguinte maneira: nem tudo que quero, posso, nem tudo que posso, quero, e quando tento querer a qualquer custo o que não posso, a ruína e a queda são o que obtenho como resultado. 


Bem eu estava jogando o Tarô e encontrei esta resposta, achei tão forte a mensagem que resolvi compartilhar.  
Sabe, porque?
Porque cada um de nós - seres mortais -  temos a mania de querer mudar a vida do outro, risos...  E o pior que a nossa vida necessita mudanças e quedamos inertes, como moscas mortas.  Só rindo de nossas bobagens!

Paz Profunda! 
Saudações com felicidade, alegria e riqueza espiritual e material.
Abraços
Norma


Eu li, gostei, compartilhei e encontrei aqui neste site:

INCLINAÇÃO PARA OS ATOS DE BONDADE (...)

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Eu encontrei este texto neste blog do Pietro Nardella-Dellova,  achei interessante tais reflexões, por isto estou postando aqui em nosso espaço.  

IETZER HATOV e IETZER HARÁ ou, INCLINAÇÃO para os ATOS DE BONDADE
e INCLINAÇÃO para os ATOS DE MALDADE. Pietro Nardella-Dellova

"(...) Nada há, então, para além do homem e da mulher, que seja bom ou mau. Não há substância ou personificação do bem e do mal. Nada há, seja real, ficcional ou virtual, que possa ocupar-se das inclinações exclusivamente humanas, apenas (e tão somente) a própria experiência humana, fundamentada no livre-arbítrio, ou seja, nos julgamentos e decisões que impulsionam o homem adiante ou atrasam morbidamente. Reflitamos sobre o insuperável mito edênico da árvore do conhecimento do bem e do mal, no livro de Bereshit, Torá. Na verdade, no texto hebraico, a melhor tradução seria “árvore do aprofundamento no bem e no mal” ou, simplesmente, “árvore da experiência com o bem o com o mal”, cuja mensagem primordial é o das inclinações para o bem e para o mal. Ietzer hatov e ietzer hará.

Bom ou mau são categorias morais (de movimento). Bem ou mal (nada de letras maiúsculas) são categorias indicativas e éticas (de comportamento). Movimento e comportamento, indicados pelo livre-arbítrio, traduzem a diferença, aliás, a única diferença entre seres humanos e outros seres da natureza! Portanto, é no comportamento, na atitude, na realização continuada, na resposta face ao dia-a-dia, na maneira de abordar uma situação ou nos critérios de julgamento profissional, jurídico, familiar, religioso, empresarial, econômico, financeiro, acadêmico e social, que verificamos, de modo inequívoco, o nível do ietzer hatov ou de ietzer hará, de uma determinada pessoa!

Quanto mais envolvida com práticas negativas e alheia a princípios bons, tanto mais as atitudes e os critérios de ação de uma pessoa serão negativos ou desprovidos de lastro moral ou ético bons. Em outras palavras, a prática constante de atos maus, cria o ambiente propício para a formação de uma pessoa que, no tempo-espaço, não terá recursos para decidir e agir pelo bem. E no universo do ietzer hatov e ietzer hará vale a graduação.

Não importa qual seja o ato ou atitude para o mal ou para o bem. Seja o ato de cortar uma flor, de esmagar um inseto, manter peixinhos em aquários, de responder rispidamente, de faltar a um compromisso, de lançar um papel de bala á via pública, de mencionar o nome de alguém ausente; seja o de destruir florestas inteiras, atirar uma pedra contra um passarinho ou prendê-lo em gaiolas, matar golfinhos ou baleias, difamar ou desmoralizar uma pessoa, descumprir um contrato ou obrigação, lançar produtos químicos na terra, ar ou água, ou caluniar alguém; seja destruir o planeta, matar uma pessoa (em todos os sentidos) ou não se importar com o que ocorre ao redor, ou qualquer outro ato e atitude negativos, tudo – tudo mesmo, está ligado em uma linha de graduação do comportamento para o mal ou de comportamento mau.

Lançar o papel de bala à via pública ou lançar produtos químicos nos rios, terra ou atmosfera, é a mesma coisa. Esmagar o inseto, prender um passarinho ou manter no aquário um peixinho e matar uma pessoa, dizimar espécimes ou matar golfinhos e baleias, é a mesma coisa! Mencionar o nome de uma pessoa ausente, difamar outra, caluniar uma terceira e matar alguém, é a mesma coisa! Comer hambúrguer com os dentes cheios de pão e carne é a mesma coisa que consentir que milhares de animais sejam maltratados, violentados, torturados de mortos com crueldade!

Seja o ato de não jogar sementes das frutas que comemos no lixo ou investir no replantio de florestas inteiras, é a mesma coisa! Não ligar um carro desnecessariamente é a mesma coisa que plantar uma árvore. Salvar uma abelha que caiu no copo de suco e proibir a caça de qualquer animal em qualquer tempo, é a mesma coisa. Ser criterioso com o destino das coisas que não nos interessam é a mesma coisa que não destruir o planeta inteiro. Não falar o nome de alguém ausente é a mesma coisa que propiciar a vida das pessoas. E cumprir a obrigação cotidiana vale mais que reclamar no Judiciário! Qualquer ato ou atitude de caráter benéfico está ligado a um ambiente de ietzer hatov, de comportamento para o bem ou, simplesmente, comportamento bom.

Assim, quanto mais tempo alguém viver comportamentos negativos em qualquer graduação, mais difícil será a experiência como bem ou experiência boa. Quanto mais tempo alguém viver e experimentar atitudes boas ou para o bem, em qualquer graduação, mais difícil será que se encontre em um ambiente maléfico ou negativo.(...)"


Bom dia amigos!
Beijinhos


© Pietro Nardella-Dellova. “Reflexões sobre as Porções da Torá” in A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS, Ed. Scortecci, 2009, pág 169-172. * Disponível na Livraria Cultura

Eu li, gostei e encontrei aqui neste espaço: 

http://nardelladellova.blogspot.com/2011/06/reflexoes-sobre-as-porcoes-da-tora.html

CRESCER DÓI, E COMO DÓI...

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"Traga-me um pouco d'água, eu tenho sede."
 Crescer dói, e crescer espiritualmente dói mais ainda. Principalmente quando a alma tem sede de Deus. O crescimento com a espiritualidade libertadora,  trata-se de um rasgo em carne viva...  Sabe porquê?    Porque a alma tem medo da apostasia.

  E assim, eis que vejo-me, mais uma andante solitária com a alma prenhe de espiritualidade libertadora.  E desta forma, eis que sinto-me dolorida,  com meus pés na areia do deserto,  pisando na quentura de 60º C.  E as consequências na dor, é o escaldar dos pés na entrada aterrorizante de viver no deserto de mim mesma.   E as consequências do amor, é o refrigério  dos pés na libertação de uma intimidade maior e crescente com Deus.  
 
Lembro-me de uma frase que li não sei onde, mas que ajuda caminhar nas areias quentes do deserto:  

✿•.¸¸.••❥  "E todos nós como andantes temos uma ou outra lição a passar devida à intimidade com a estrada. A estrada é sábia e tem mestria em ensinar aos pés. Embora seja certo que o caminho ainda segue muito à frente..." 

Quantas lições me esperam?

 Hoje pedi ao mestre, lava-me os pés com sua doce água pura, dá-me o refrigério do 'homem novo'. Lava-me os pés e limpa-me do homem velho que quer morrer para a estrada velha.  Mesmo que o "gosto"  ainda esteja vivo nos caprichos do desejo e da ilusão do velho ego.


 Dessedenta minha sede, traga-me um copo d'água. Jorre sobre mim, a pura água do poço da regeneração. 

 Estou no caminho... E vocês amigos do sagrado coração? A ficha já caiu????
 Transforme seus pés escaldados do homem velho em pés diligentes do homem novo.
Sigamos juntos com os pés diligentes na direção da libertação da alma, assim ascenderemos os degraus iniciáticos da via apaixonada em direção a Deus.


 Paz Profunda  ¯\_(ツ)_/¯  
Bom dia  amigos!
Melhores abraços
Norma Villares


HISTÓRIA DE BUDA PARA CRIANÇAS

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A HISTÓRIA DE BUDA


"Essencialmente todos os seres vivos são Budas, dotados de sabedoria e virtude, mas como a mente humana se inverteu através do pensamento ilusório, não o conseguem perceber."
- Siddhārtha Gautama -

Buda nasceu em uma família real, em 624 a.c., na India, e seu nome era Principe Siddhartha.
Principe Siddhartha era uma pessoa muito compassiva. Toda a vez que via pessoas sofrendo de doenças, imediatamente ele rezava por elas.Toda a vez que via pessoas sofrendo por causa da velhice, imediatamente ele rezava por elas.Toda a vez que ouvia falar de pessoas que haviam morrido, imediatamente ele rezava por elas.

Porque a mente de Siddhartha era completamente pura, ele frequentemente via, em todas as direcções, muitos Budas iluminados. Quando tinha 29 anos de idade, Siddhartha teve uma visão de todos os Budas das dez direcções, que falavam com ele ao mesmo tempo, dizendo:
"Ó Siddhartha, anteriormente você prometeu se tornar um Buda Conquistador para ajudar directamente todos os seres vivos que estão aprisionados no ciclo de vidas infelizes. Agora é a hora de você fazer isso."
Imediatamente, o príncipe foi até seus pais e disse a eles:
" Eu desejo ir para um lugar tranquilo na floresta, onde eu possa treinar em meditação profunda e conquistar a plena iluminação rapidamente. Uma vez que eu tenha conquistado a iluminação, darei felicidade a todos os seres vivos, especialmente vocês. Portanto, agora estou pedindo sua permissão para deixar o palácio."
Quando os pais ouviram isso, ficaram chocados. O rei se recusou a dar permissão, dizendo:
"Isso é impossível."
O Príncipe Siddhartha disse a seu pai:
"Pai, se você puder me libertar dos problemas da raiva, ignorância e inveja para sempre, eu ficarei no palácio, mas se você não puder, devo partir e tornar a minha vida humana significativa."

O rei tentou muitas maneiras de impedir seu filho de deixar o palácio. Na esperança de que o príncipe mudasse de ideia, o rei reuniu muitos cantores e dançarinas para diverti-lo. Para evitar que o príncipe fugisse escondido, o rei colocou muitos guardas em volta das muralhas do palácio. No entanto, a determinação do príncipe em deixar o palácio não foi abalada. Uma noite , ele usou seus poderes miraculosos para lançar os guardas e todas as pessoas do palácio em um sono profundo e então, fugiu do palácio com a ajuda de um amigo.

Siddhartha foi para um lugar perto de Bodh Gaya e ali ele encontrou uma caverna adequada para sua meditação, onde praticou principalmente uma meditação chamada "concentração semelhante-ao-espaço", concentrando-se na verdade última de todos os fenómenos. Depois de treinar nessa meditação por seis anos, Sidhartha percebeu que estava muito perto de conquistar a plena iluminação. Então, ele andou até Bodh Gaya, ond se sentou em postura de meditação, sob a Árvore Bodhi, e prometeu não sair da meditação até alcançar a plena iluminação. Desse modo, ele entrou na concentração semelhante-ao-espaço, concentrando-se na verdade ultima de todos os fenómenos.

Ao anoitecer, o espírito de Devaputra , o chefe de todos os demónios deste mundo, tentou perturbar a concentração de Sidhartha, conjurando muitas coisas assustadoras, como demónios terríveis : alguns, atirando lanças, outros, disparando flechas ; e outros, jogando pedras nele.

Siddhartha, entretanto, permaneceu completamente imperturbável. Pela força de sua concentração, as lanças, as flechas e as pedras apareciam para ele como uma chuva de flores perfumadas. Dessa maneira, Siddhartha conquistou todos os demónios deste mundo e, por essa razão, ele agora é conhecido como "Buda Conquistador".

Siddhartha, então, prosseguiu com sua meditação até ao amanhecer, quando, por meio de sua concentração , removeu totalmente até a mínima aparência equivocada de todos os fenómenos de sua mente e se tornou Buda, um ser plenamente iluminado. Não há nada que um Buda não conheça. A razão disso é que Buda despertou do sono da ignorância e removeu de sua mente todas as obstruções da aparência equivocada e os pensamentos obstrutivos, que são semelhantes a nuvens. Buda conhece tudo sobre o passado, o presente e o futuro, directamente e ao mesmo tempo.

Buda tem compaixão por todos os seres vivos, sem excepção. Por isso , ele beneficia todos os seres vivos, sem discriminação, fazendo várias coisas aparecerem por todo o Universo e abençoando suas mentes. Aos poucos, por encontrar um Guia Espiritual como Buda, todos terão a oportunidade de obter a libertação do sofrimento e a suprema felicidade da plena iluminação. De tempos em tempos, por receber as bençãos de Buda, todos experienciam uma mente pacifica, e quando suas mentes estão pacificas, eles são verdadeiramente felizes, mesmo que suas condições exteriores sejam pobres. Por isso, Buda é fonte de nossa felicidade pura.

Quarenta e nove dias após Buda ter alcançado a iluminação, os deuses Brahma e Indra pediram a ele para ensinar, dizendo:
"Ó Buda, Tesouro de Compaixão,
Os seres vivos são como cegos, em
constante perigo de caírem em reinos inferiores.
Além de ti, não há outro protector neste mundo.
Por essa razão, rogamos a ti, por favor,
deixa a tua meditação e gira a roda do Dharma."


Como resultado desse pedido, Buda deu seu primeiro ensinamento, chamado "As quatro Nobres Verdades", em um lugar chamado Varanasi. Depois, na montanha do Bando de abutres, ele deu ensinamentos sobre a Perfeição de Sabedoria. Porque as pessoas têm capacidades diferentes para entender e praticar ensinamentos espirituais, Buda deu, motivado por sua compaixão, muitos níveis de ensinamentos, do mesmo modo que um habilidoso médico prescreve diferentes remédios para tratar diferentes tipos de doentes. Buda deu 84 mil diferentes tipos de ensinamentos e, dessa forma, seus preciosos ensinamentos permearam o mundo inteiro.

Se ouvirmos e praticarmos continuamente os ensinamentos de Buda, poderemos manter a mente pacifica o tempo todo e, assim, poderemos ser felizes o tempo todo.

Este texto foi encontrado no livro "A História de Buda- Budismo para crianças", de  Geshe Kelsang Gyatso.


Sempre que leoi sobre o Buda, o Meu Coração Se Alegra.

__/\__  Namaste!

Bom dia flores do dia!

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